terça-feira, 31 de dezembro de 2002

O Notalatina faz sua última edição do ano de 2002, ano de sua criação, e não podia deixar de registrar um profundo e reconhecido agradecimento a todas as pessoas que creram na seriedade dos propósitos aqui firmados, cujo único objetivo era, sendo fiel à Verdade, revelar ao mundo as atrocidades cometidas contra seres humanos que vivem sob o jugo do socialismo-comunismo na América Latina.



Em decorrência da seriedade deste trabalho, ampliei o leque de correspondentes, fiz novos e caros amigos e, malgrado as inúmeras dificuldades tantas vezes surgidas em conseqüência das denúncias feitas, posso virar a página do ano com a sensação do dever cumprido. Queria ter feito mais, queria ter informado mais, mas as limitações deste tipo de veículo muitas vezes me levaram a omitir alguma notícia importante, por ter de eleger aquilo que me parecia mais grave ou mais urgente para o momento. Assim foi com Cuba, por um bom tempo, a campeã em desrespeito aos direitos mais elementares do Ser Humano, aliás, foi precisamente por causa do sofrimento do povo cubano que me senti motivada a criar o Notalatina, e é a este povo que devo a existência deste blog hoje.



A partir de janeiro o Notalatina vai entrar em recesso, mas isso não significa que ficará ausente o mês todo. Diante da caótica e temível situação venezuelana, este informativo ficará de plantão, sempre alerta a qualquer fato novo e entrará em edição extraordinária sempre que se fizer necessário, pois o compromisso de informar não conhece férias.



Reiterando os agradecimentos a todos que colaboraram e contribuíram para que o Notalatina se tornasse uma realidade respeitada entre os latino-americanos, meus votos de um ano novo pleno de paz, não a das hipócritas pombinhas brancas, mas aquela a que todo ser humano merece, numa vida com dignidade, liberdade e honra.

FELIZ ANO NOVO!



UMA MESCLA DE CONVIDADOS ASSISTIRÁ A INVESTIDURA DE LULA



Ex-guerrilheiros e socialistas de origem humilde estarão na próxima quarta-feira junto a nobres, empresários e políticos da direita, entre os convidados à investidura de Luis Inácio Lula da Silva como presidente eleito do Brasil.



A cerimônia oficial de posse e a festa popular para os seguidores de Lula, segundo seus organizadores, reunirá umas 500.000 pessoas em Brasília, entre elas 12 presidentes e chefes de Estado, dentre outras autoridades.



O Ministro de Relações Exteriores brasileiro informou hoje que confirmaram sua presença os presidentes da Argentina, Eduardo Duhalde; Bolívia, Gonzalo Sánchez de Lozada; Chile, Ricardo Lagos; Peru, Alejandro Toledo; Uruguai, Jorge Batlle; Venezuela, Hugo Chávez; Portugal, Jorge Sampaio e África do Sul, Thabo Mbeki. A chancelaria acrescentou que o Príncipe Felipe, herdeiro da Coroa espanhola representará a Espanha nos atos de tomada de posse, aos quais também assistirão os primeiros-ministros de Portugal, José Manuel Durao Barroso – que hoje reuniu-se com Lula –; Belize, Said Nuzio D’Angieri; Guyana, Samuel Hinds; Suécia, Goeran Person e Sérvia, Zoran Djindjic.



O representante do presidente americano, George Buch, será o titular do departamento comercial da Casa Branca, Robert Zoellick, e o presidente francês, Jacques Chirac, enviará seu Ministro do Turismo, Leon Bertrand.



”Teremos juntos membros da nobreza européia e outros sem sangue azul e nascidos no terceiro mundo”, comentou o porta-voz da chancelaria. O funcionário aludiu as presenças do Príncipe Felipe e Lord Williams of Mostyn, presidente da Câmara dos Lords do Reino Unido, e do presidente sul-africano, um ex-ativista contra a segregação racial em seu país, onde nasceu em um berço modesto.



A reunião de autoridades com origens e orientações políticas tão distintas é uma mera casualidade que se deve aos pedidos apresentados pelas embaixadas de 69 governos que querem marcar presença na posse.



”A verdadeira miscelânea ficou a cargo do Partido dos Trabalhadores”, disse o diplomata ao comentar os convites feitos pelo partido de Lula e principal força socialista do país.



Entre os convidados de honra do PT à cerimônia de 1º de janeiro, encontra-se o ex-Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, ex-guerrilheiro da Frente Sandinista de Libertação Nacional. O presidente eleito do Equador, Lúcio Gutiérrez, vencedor das eleições presidenciais de outubro passado, é outro personagem que Lula quer ver em sua tomada de posse.



A Embaixada do Equador em Brasília esclareceu, todavia, que o ex-coronel que há dois anos encabeçou um golpe de Estado que depôs o presidente constitucional do país andino, Jamil Mahuad, não assistirá por motivos de agenda.



Gutiérrez não é único ex-golpista convidado por Lula. O ex-sindicalista, segundo seus assessores, “alegrou-se” ao saber que o presidente venezuelano confirmou sua presença. Chávez, além disso, terá uma reunião com Lula um dia depois da posse. A alegria do novo presidente brasileiro será completa se o presidente cubano, Fidel Castro, com quem Lula tem carinhosamente mantido uma amizade de anos, confirmar sua presença.



Fonte: El Nacional



O GENERAL DA GUARDA NACIONAL VENEZUELANA, CARLOS ALFONSO MARTÍNEZ, É PRESO SOB PROTESTOS E VIOLÊNCIA



CARACAS – O general venezuelano da Guarda Nacional (GN) Carlos Alfonso Martínez, um dos oficiais rebeldes que desde o dia 22 de outubro ocupam a Praça Altamira de Caracas, foi detido pela polícia de segurança do Estado (DISIP). Os distúrbios cusaram ao menos quatro feridos. Aliados e opositores ao Governo de Hugo Chávez enfrentaram-se em frente a sede da DISIP. A Polícia Política lançou gases lacrimogênios; até o momento há quatro feridos. Um deles recebeu uma pedrada na cabeça que o deixou inconsciente e com crise convulsiva.



Em virtude da prisão do general, um grupo de opositores se deslocou à sede da DISIP do Helicoide, e foi dispersado com bombas lacrimogênias desde dentro da sede, ao aproximar-se desta instalção. Minutos depois um grupo de pessoas ligadas ao Governo de Chávez se apresentaram na zona e começaram a lançar pedras contra os manifestantes e jornalistas que ali se encontravam. A partir daí, teve início um enfrentamento entre ambos os grupos, que, apesar de ter durado mais de 15 minutos, não contou com a presença da polícia do município de Libertador.



A detenção



As mídias locais assinalaram que Martínez foi surpreendido em uma zona central da capital, muito distante da praça, considerada pelos militares rebeldes como ”zona liberada” e perto do Comando Geral da GN. O general, que ocupou cargos de alta responsabilidade na GN, tem aberto um processo de investigação como acusado de participar no golpe de Estado do 11 de abril passado, contra o presidente Hugo Chávez.



O Governo assinalou que não tomaria medidas contra os oficiais rebeldes enquanto estivessesm na praça que mantêm ocupada, com o fim de cercear-lhes o protagonismo e não criar tensões que pudessem convertê-los em “mártires” da oposição. No momento desconhecem-se as razões pelas quais Martínez abandonou Altamira e se aventurou longe dessa praça.



Paradeiro incerto



O general insurrecto foi levado à sede da DISIP, porém versões difundidas pelas mídias locais, apontam que ele será transferido à Direção de Inteligência Militar (DIM). A presença de Martínez e seus companheiros em Altamira foi criticada pelo secretário geral da OEA, César Gaviria que os intimou a deixar o uniforme para dedicarem-se à política. Gaviria também assinalou que sua ação foi “símbolo de desobediência, indisciplina e insurreição”, enquanto que a OEA disse em um comunicado que a iniciativa dos oficiais infringe o artigo quarto da Carta Democrática Interamericana.



Fonte: La Voz de Cuba Libre – www.lavozdecubalibre.com



Desde o começo deste ano venho recebendo informes da Venezuela, muitos dos quais falavam de planos terroristas articulados entre Chávez e seu mentor Fidel Castro, inclusive sobre o Eixo do Mal, que envolvia além desses dois personagens, o Sr. Lula da Silva, denunciado posteriormente pelo Dr. Constantine Menges e que foi violentamente atacado aqui no Brasil por toda a imprensa e censurado pelo então candidato Lula, durante o período de campanha. As supostas “difamações” do Dr. Menges confirmam-se agora, com o apoio que o presidente brasileiro vem dando, escancaradamente, ao presidente Chávez.



Diante da atual situação crítica que atravessa esse país, mais e mais suspeitas foram levantadas acerca do envolvimento de cubanos na ofensiva contra os opositores de Chávez. Hoje recebemos um informe, segundo consta no artigo, que agentes da Inteligência venezuelana confirmam e denunciam a presença de agentes secretos e guerrilheiros cubanos na Venezuela, aguardando ordens para agir. O Notalatina publica o artigo tal e qual foi recebido. Se ele é verdadeiro ou não, só o tempo poderá dizer, embora tudo o que está escrito seja bastante convincente .



Ainda nessa edição de hoje publicamos uma análise do Gen. Enrique Medina Gómez que foi adido militar em Washington, numa entrevista exclusiva ao jornal El Nuevo Herald.



A DIREÇÃO GERAL DE INTELIGÊNCIA CUBANA OPERA EM VÁRIAS DAS SEÇÕES DE CONTRA-TERRORISMO E ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA DA DISIP DA VENEZUELA



”Fontes da inteligência informam que experientes guerrilheiros urbanos já foram incorporados às forças dos Círculos Bolivarianos, centenas dos quais têm recebido treinamento em Cuba e na Líbia como “ativistas sociais”. Forças Especiais de Choque, chamadas Tupamaros e Carapaica encontram-se secretamente aquarteladas em casas de segurança em Caracas”



Por Martin Arostegui



De Caracas, VENEZUELA

Insight Magazine



Grupos de Operações Especiais da Direção Geral de Inteligência de Cuba (DGI) encontram-se já posicionados no Porto de La Guaira, de acordo com fontes da armada venezuelana, os quais informam que agentes secretos cubanos utilizam a escola da marinha mercante na localidade.



Segundo fontes consultadas por La Nueva Cuba, o ditador não estaria doente, mas em seu “bunker”, dedicado por inteiro e obsessivamente a dirigir ”A Batalha da Venezuela”.



As fontes reportam que parte de sua missão poderia consistir em estudar a frota mercante de navios petroleiros venezuelanos, como parte da elaboração de um plano de contingência para se preparar para passar o controle de algumas das naus para mãos de um oficial de inteligência venezuelano, treinado nos Estados Unidos. Uma unidade especial de assalto cubana já se deslocou e ocupa os segundo e terceiro andares do Hotel Sheraton em La Guaira, os quais também poderiam tomar parte nos planos para romper a greve e impor uma ditadura terrorista. Durante as semanas anteriores, Chávez deu passos concretos para controlar o Estado Maior do Exército venezuelano, com seus acólitos mais próximos. O General Luis García Carneiro, que se encontrava à frente da Terceira Divisão de Infantaria, com sede em Caracas, e que dirigira a operação de intervenção da polícia metropolitana, converteu-se, de fato, no chefe efetivo do Exército. Possivelmente milhares de terroristas de origem árabe, assim como membros das forças armadas da narco-guerrilha colombiana encontram-se dentro do território venezuelano, sob a proteção da DISIP, a qual já se encontra sob o controle da Direção Geral de Inteligência (DGI) de Cuba, de acordo com informações fornecidas por membros da Inteligência venezuelana.



Diplomatas europeus em Caracas confirmaram que os cubanos estão operando nas seções chave de Contra-terrorismo e Análise de Inteligência da DISIP da Venezuela. De acordo com várias fontes, entre 300 e 400 assessores militares cubanos, coordenados pelo Adido Militar de Havana na Venezuela, o capitão de navio da Sergio Cardona, também têm a seu cargo a direção das forças de elite da Guarda Presidencial e do mais estreito círculo de guarda-costas de Chávez, alguns dos quais não podem sequer, cantar uma palavra do hino nacional da Venezuela.



Fonte: La Voz de Cuba Libre – www.lavozdecubalibre.com



PERIGO DE GUERRA CIVIL NA VENEZUELA



Rui Ferreira – El Nuevo Herald – Caracas



Um general do Exército venezuelano, dissidente do governo do presidente Hugo Chávez, advertiu ontem que vislumbra seriamente a possibilidade de uma guerra civil ante o crescente e aparentemente irreversível processo de radicalização da crise socio-política. “Há três meses não tinha sentido rascunhar dentro de nossos cenários o d guerra civil, porém neste momento sim, há que considerá-lo”, assegurou o Gen. de Divisão Enrique Medina Gómez, ex-adido militar em Washington, em uma entrevista exclusiva com o El Nuevo Herald.



Segundo o alto oficial, que foi demitido de suas funções após a fracassada tentativa de golpe de estado em 11 de abril passado, um desfecho fratricida entre venezuelanos é possível porque em seu país nestes dias estão presentes ”todas as variáveis que concorrem para um estouro de violência tipo guerra civil”.



Medina Gómez explicou que o processo de radicalização está ocorrendo em ambas as partes, porque trata-se de um “jogo de soma zero”, onde tudo se resume a “ganhar ou perder”, sem “meios termos”. ”O governo rdicaliza sua posição para impor sua vontade, porém a oposição está radicalizando a sua para tratar de sair deste governo e evitar que este lhe imponha sua vontade, que para a oposição significa o estabelecimento de um regime de terror, de uma ditadura ao melhor estilo castro-comunista”, disse o alto oficial. Medina Gómez juntou-se aos oficiais rebeldes que ocuparam há 64 dias a central Praça França, no bairro de Altamira, em demanda da renúncia do mandatário.



Em sua opinião, ”a oposição, que já é a grande maioria, está lutando contra algo que é um princípio, e para recuperar um regime de liberdade e democracia”, em um país onde o mandatário ”seqüestrou o poder judiciário, os tribunais deixaram de ser independentes e a separação de poderes um chiste”.



Para conseguí-lo, acrescentou, Chávez também radicalizou seu discurso, e assim ”não há pontos de encontro para conseguir uma saída para a crise política. Na medida em que avança o tempo, com a situação da parada que há, a falta de abastecimento de gasolina e de comestíveis, vamos avançando nesta espiral de violência e então podemos cair no caos”. E mais, ”vamos direto ao caos e à violência. Se não conseguirmos uma saída política, dentro da margem de manobra que ainda existe, se imporá o caos”.



O general, que encontra-se na ativa por um amparo judicial, em que pese a tentativa presidencial de passá-lo para a reserva, afirmou que Chávez ao tratar de impor sua polêmica revolução bolivariana, dividiu a população e pôs a lutar uns contra os outros.



”Um aspecto muito importante que define a radicalização da sociedade é o discurso e as atuações do presidente. Desde o início de seu mandato ele tomou como estilo de fazer política, a confrontação. O Presidente gerou através de suas atuações uma confrontação permanente. O presidente não é um facilitador nem um conciliador; é um confrontador”, disse.



Segundo explica, a todo sinal de dissidência interna Chávez respondeu com o enfrentamento e um exemplo prático deles é a formação de associações “bolivarianas” de governadores ou de municípios, onde congregou mandatários regionais e locais partidários seus, e assim desativou toda a capacidade de enfrentar o governo central.



”Isto não se manifestou somente dentro das Forças Armadas, mas em todas as organizações sociais. No movimento trabalhador, os sindicatos que de alguma maneira expressaram que não eram anti-chavistas, porém expressaram posições contrárias às propostas do governo, o presidente as enfrentou criando organizações de sindicatos de trabalhadores que respondiam aos interesses do governo. Fez o mesmo nas universidades, nos colégios e nas Forças Armadas”, disse.



Assim mesmo enfatiza que “quando os dividem, então já não há meios de cheguem a um acordo e vão estar enfrentados e esse enfrentamento vai-se refletindo de maneira progressiva e, com o tempo, chega até às famílias.



A aparente impunidade com que o mandatário tem podido controlar em certa medida a sociedade, deve-se também, admitiu Medina Gómez, ao fato de que Chávez tem sido exitoso ao controlar o Exército em favor de seu projeto político.



”Do contrário, as Forças Armadas não estariam sendo co-responsáveis pela debacle que há neste momento no país. [Chávez] conforma um grupo duro de pessoas que evidentemente não compartilha dos princípios da profissão militar, mas que está compartilhando princípios revolucionários de adesão a um regime e com uma fidelidade a uma pessoa”, disse.



Fonte: El Nuevo Herald



domingo, 29 de dezembro de 2002

UM FORO DE FURA-GREVES



Eleonora Bruzual*



Caracas – Venezuela



Lula da Silva não enrugará o senho quando se lhe pergunte pelo “eixo” Castro-Chávez-Lula, pois já não faz falta. Honrará seu mestre e assessor internacional, Marco Aurélio Garcia que lhe ensinou que: ”A democracia é simplesmente uma farsa para tomar o poder”. Garcia, trotskista militante, compartilha do drama chileno, iniciando-se na década de 70, quando traficar armas, violar a soberania e ser parte de uma internacional invasora não era mais que o passo seguinte para ganhar umas eleições, pequeno detalhe que definiu como ”meramente um requisito”.



33 anos depois, este brasileiro divorciado da tradição de uma chancelaria emblemática, chama a si a destruição do Itamaraty e sua prática diplomática de antepor cautela e cuidado, sem esquecer nunca a importância da não ingerência estrangeira, chega em meu país, Venezuela, e põe em prática o que aprendeu em suas articulações com violentos, terroristas e desestabilizadores.



Garcia, criador do Foro de São Paulo por ordem expressa do tirano cubano, disse da imprensa e do jornalismo venezuelano: ”Os meios de comunicação estão absolutamente articulados em torno da oposição, com propaganda o tempo todo contra Chávez. Os telespectadores brasileiros não têm idéia do que é a utilização político-partidária da imprensa neste país”, deixando claro que também o homem e a mulher da nação brasileira desconhecem o que Castro impõe como políticas informativas, ou o que são as mídias em qualquer país sob o controle férreo comunista. Este comissário político nega-se a se reunir com a Coordenadora Democrática**, bloco que agrupa a maioria dos partidos e instiuições opositoras, porém preocupa-se em começar a “Pagar” as dívidas contraídas por ele e o Presidente Lula, com um doente de poder que já possui seu prontuário de crimes de lesa humanidade, e um grosso dossiê de delitos contra o tesouro nacional.



Marco Aurélio Garcia, em nome do Presidente Luis Inácio Lula da Silva, ofendeu a dignidade da maioria dos venezuelanos que não aceitamos passivamente nem a conversão de nossa nação em uma província cubana, nem tampouco em uma sucursal do Foro de São Paulo. Ofende ler que o Sr. Lula diga: ”todo mundo tem direito de fazer uma greve; nós (o PT) no Brasil já fizemos muitas greves, porém esse não é o único aspecto do problema venezuelano: o tema aqui é que há um setor da oposição que trabalha com uma única e só possibilidade que é deitar abaixo um governo constitucional”.



Não, Presidente Lula, não Marco Aurélio Garcia, comissário político! Esse navio “Explorer Amazon” da Petrobras, que enviaram a meu país, carregado de 520.000 barrís de gasolina, lhes converteu em algo que nós, herdeiros da galhardia de Simón Bolívar, desprezamos. Li que o Sr. disse: ”No princípio de minha vida política me perguntaram se eu era comunista. Respondi que era torneiro mecânico”. Com todo o respeito que o Sr. merece, Excelentíssimo Presidente, agora pode asseverar que além de comunista, o Sr. é um sindicalista muito sui gêneris, o Sr. é um Fura-greve.



(*) Jornalista, colunista dos jornais El Universal de Caracas e El Nuevo Herald. Editora da Web Magasine ”Mulheres do Terceiro Milênio” – www.mujereslegendarias.org.ve



(**) O Sr. Marco Aurélio Garcia disse ao presidente Lula que “falou também com a oposição, com sindicalistas (os principais estão na oposição)” e ainda disse que “a oposição não tem razão para reclamar. Eles não podem exigir, porque demos à oposição e ao governo o mesmo tratamento" (Folha de São Paulo, 27.12.2002). No entanto, não é isso que informam TODOS os venezuelanos que se encontram na oposição. Eles queixam-se, exatamente, de que este Sr. não os ouviu, em nenhum momento de sua visita, limitando-se a conversações com o mediador da ONU, César Gaviria e com Chávez. Obs. do Notalatina)



ALERTA PETROLEIRO



Uma vez mais os trabalhadores petroleiros demos uma mostra da unidade que nos permite manter-nos firmes em nossa decisão cidadã de continuar na Parada Cívica. O entusiasmo e solidez que os venezuelanos puderam observar na Assembléia de hoje, é a força que nos impulsiona aos que trabalhamos dentro da indústria petroleira nacional, para continuar firmes no exercício de nossos direitos cidadãos que nos brinda a Constituição Nacional.



O senhor Hugo Chávez Frías está utilizando os meios de comunicação do Estado para atuar contra os trabalhadores petroleiros e o país. Da mesma maneira pretende colocar todos os poderes públicos para que atuem contra os trabalhadores petroleiros, sem importar-se em passar por cima das leis nacionais e normas internacionais.



O conflito da Indústria Petroleira ultrapassa as barreiras das instalações e negócios da PDVSA. O que suceda com a PDVSA, o viveremos todos os venezuelanos em cada uma de nossas casas, pois a PDVSA é a base da economia da Venezuela. Convidamos a todos os venezuelanos a refletirem acerca do que sucederia no país se deixemos que este governo consiga seu objetivo de manter seqüestrada a indústria petroleira.



Explique ao país, sr. Hugo Chávez, se o navio Pilín León descarregou o combustível em Maracaíbo, por que o desabastecimento nessa zona continua? Para normalizar a distribuição de gasolina no país seria necessário repôr uns 2 milhões e meio de barrís, a realidade é que o governo faz esforços para distribuir escassos 500 mil. Portanto, uma vez mais este governo mente aos venezuelanos, quando nos promete que o abastecimento de gasolina estará normalizado para o fim de semana e não é assim.



O governo de Hugo Chávez assegura que descarregará gasolina em Carnero. Advertimos que nesta usina foi descarregado a nafta catalítica, pelo qual continua o risco permanente de contaminar a gasolina e, em conseqüência danificar os veículos dos cidadãos.



O governo de Hugo Chávez assegura que a tripulação do Bárbara Palacios contribuiu voluntarimente à descarga do combustível. A realidade é que a tripulação deste navio foi vítima de agressões físicas e verbais, e ameaças intimidatórias. Inclusive, o governo ignorou uma ordem da Cruz Vermelha em relação a baixar a tripulação com urgência, para que recebesse atenção médica imediata.



O governo disse que o abastecimento de Yagua no estado de Carabobo manteve-se operativo durante todo a quarta-feira 25. Novamente o governo tenta enganar-nos com panos quentes. Como se explica, então, que ainda permaneçam as filas nas estações de serviços dos estados do centro do país?



Senhor Hugo Chávez Frías, aceite de uma vez por todas que até que no país não se normalize a segurança nos terminais, a operação normal dos navios e das refinarias, e que os postos de gasolina estejam distribuindo de maneira contínua, a realidade é que 4 de cada 5 veículos não disporão de combustível de maneira regular.



Aplaudimos a criação na Assembléia Nacional da Comissão de Apoio e Segmento à Mesa de Negociação e Acordos. A tomamos como um despertar de nossas instituições e esperamos que a criação desta comissão agilize as decisões desta mesa, na qual os venezuelanos temos todas as nossas esperanças para buscar uma saída eleitoral a esta crise.



Condenamos os reiterados assinalamentos do Executivo, especialmente através do canal do Governo, com relação a nossa suposta intenção de privatizar a PDVSA. Os trabalhadores petroleiros nos sentimos verdadeiramente orgulhosos de que a Petróleos da Venezuela seja uma empresa do Estado e que graças ao esforço de seus trabalhadores tenha chegado a ser a empresa eficiente que os venezuelanos e o mercado internacional reconhecem.



A campanha de descrédito empreendida pelo governo em relação aos custos e contribuição fiscal da PDVSA, só busca debilitar a credibilidade que os trabalhadores petroleiros temos ganhado contribuindo pontualmente nos diferentes governos, nos fundos que têm sustentado a economia do país. Todas as cifras da PDVSA têm sido auditadas permanentemente há quatro anos por este governo e todas têm sido aprovadas.



Ratificamos ao país que 95% da produção de petróleo bruto da Venezuela está fechada. Dos 3,2 milhões de barrís diários que o país produz normalmente, hoje se produzem escassamente 160 milhões. 90% da produção diária de gás está fechada. No país produzem-se em situações normais 9.400 milhões de pés cúbicos, e hoje só dispomos de 850 milhões de pés cúbicos para cobrir o setor doméstico, elétrico e outros serviços estratégicos.



Advertimos o país que as instalações da Petróleos da Venezuela já não estão sob nosso controle, e que sobre elas já não decidimos nem temos poder de direção. O controle sobre as instalações é absoluta responsabilidade de Alí Rodríguez Araque, Rafael Rmírez e Hugo Chávez. Em consequência, tudo o que ocorra em nossas instalações será de absoluta responsabilidade de quem hoje em dia exerce o comando da PDVSA, violentando todas as normas nacionais e internacionais em matéria de segurança, ambiente e legislação marítima.



Os trabalhadores petroleiros intensificaremos, conjuntamente com a sociedade civil as ações de rua, mediante a constituição de Assmbléias de Cidadãos, com a finalidade de assumir o exercício direto da democracia participativa e protagônica. Igualmente acordamos constituir uma Comissão de Ação Social para continuar canalizando as iniciativas dos trabalhadores petroleiros, orientadas a fortalecer nossa contribuição com as comunidades.