quinta-feira, 17 de agosto de 2006



Enquanto os olhos de toda a mídia mundial estavam nas últimas semanas postados no Oriente Médio, no conflito desencadeado pelo bando terrorista Hizbollah contra Israel, e em Cuba, com a passagem de comando do ditador Castro para seu “sucessor” Raúl e o aniversário dos 80 anos do tirano assassino do Caribe, na Venezuela do ditador Chávez a repressão dos órgãos policiais do Estado – DIM e DISIP -, “trabalhava” em silêncio para “dobrar” os presos políticos, sobretudo Militares.


Essa questão do Oriente Médio não discuto porque é um tema que está longe dos meus estudos e não tenho competência para analisar, embora não me furte a condenar com veemência o serviço de desinformatzyia de toda a mídia mundial, sobretudo do Brasil que, mesmo provado e denunciado pela própria Agência Reuters de que as “vítimas” libanesas foram criadas com o prestimoso recurso do Photoshop e o jornalista fraudador demitido, continua-se divulgando pela rede e em artigos de sites informativos o “massacre sangrento” desencadeado pelos malvados soldados israelenses sob os aplausos do novo Hitler, Bush. Não dá para suportar tanta cegueira auto-imposta e tanta estupidez coletiva.


E a nova situação que vive Cuba com essa coisa inominável de “passagem de comando da ditadura”, vai ficar para outra edição porque há muita história encoberta que precisa vir à luz e fugiria aos meus propósitos de hoje se fosse falar nisso também.


No início desta semana aconteceu um fato espetacular na Venezuela, precisamente entre os dias 13 e 14, com a fuga de 4 presos de um presídio de segurança máxima. Dentre outros tantos presos políticos que o regime castro-chavista alberga, estavam na prisão militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas, o líder Carlos Ortega, presidente da CTV e três militares de uma mesma família: os irmãos Coronéis Jesús e Darío Faría e o sobrinho de ambos, o Capitão Rafael Angel Faría. A Carlos Ortega se imputava o delito de “Rebelião Civil” responsabilizado pela greve petroleira em 2003 e uma condenação de quase 16 anos, e aos Militares 9 anos cada, pelo delito de “Rebelião Militar”.


Essa “rebelião militar” foi a coisa mais estúpida, mais forjada e mais criminosa de que já se teve notícia e que ficou conhecido na Venezuela como o caso dos para-militares ou “Paracachitos”. Na ocasião o Notalatina denunciou esta farsa macabra mas, para quem não conhece, explico o que aconteceu.


Havia na Venezuela um escritor e jornalista cubano-venezuelano, Robert Alonso, proprietário de uma bela fazenda chamada Daktari e que fora construída com sacrifício ao longo de muitos anos de sua vida, onde nasceram e cresciam seus filhos. Em princípios de 2004, uma mega-operação montada pelo regime castro-chavista “encontra”, alojados nesta fazenda, nada menos que 100 jovens que, segunda a fraude oficialista afirmava, eram “para-militares colombianos contratados por Alonso para atentar contra a vida do magnânimo líder Chávez”.


Robert Alonso sendo cubano e conhecendo bem as artimanhas do castro-comunismo, denunciava e se expunha publicamente contra o regime chavista que não encontrava meios legais de incriminá-lo, até que resolvem montar a farsa desse grupo para-militar colombiano. A polícia prendeu os rapazes e Alonso foi incriminado por um delito que jamais cometeu – de contratar terroristas colombianos para assassinar Chávez - e, para escapar de uma prisão injusta, pediu asilo político nos Estados Unidos onde vive hoje.


E onde entram esses militares na história dos “paracachitos”? Foram eles que descobriram e denunciaram a farsa governamental e por isso foram presos! Esses 100 rapazes foram trazidos da Colômbia pelo governo de Chávez com a promessa de que lhes seria oferecido emprego, estudo e residência. Eram uns pobres camponeses indígenas cujas famílias se mostraram “agradecidas” pela ajuda e eles felizes, pela “oportunidade” de um futuro melhor.


Ao serem presos, constatou-se que não havia entre os “terroristas” uma arma sequer, porque o plano fora desmantelado antes da hora, por esses militares que hoje são acusados de “rebelião militar”, não dando tempo de montar o espetáculo convenientemente. Aos “paracachitos” foi dado um julgamento que desrespeitava as leis e os direitos humanos, sendo na época, denunciado pelos jornais, uma vez que não houve qualquer tipo de violência, nem armas, nem um tiro dado mas eles foram presos e o maldito Chávez, que os contratou, abandonou-os a um julgamento espúrio e à prisão, entregues à própria sorte.


O Cel Jesús Faría explica neste audio (que o Notalatina divulga com exclusividade) gravado no domingo 13 de agosto, que não teria qualquer direito por muitíssimos anos. Teria como companhia apenas grades de uma cela sem água para seu uso pessoal e higiene da mesma, numa penitenciária blindada como se fosse um criminoso de altíssima periculosidade.


Pode-se ler no Boletim de Notificação do Tribunal Militar Primeiro de Execuções de Sentenças, assinada pelo Juiz Militar, Capitão de Corveta Aniole Infante Beberaggi, com data de 19.07.2006, que “ao Coronel da Guarda Nacional Jesús Faría, em visita que lhe dispensara na penitenciária de Ramos Verde onde se encontrava encarcerado, que o direito a solicitar o Benefício de Liberdade Condicional, seria a partir de 13 de maio de 2010, havendo cumprido já dois anos, dois mese e quatro dias na data de 17 de julho de 2006 da setença de 9 anos”. E no mesmo são notificadas as penas “acessórias”: “interdição civil, inabilitação política e afastamento do serviço ativo”. Isto é “justiça comunista” me fazendo lembrar sempre, sempre e sempre os julgamentos de Stálim!


Bem, com a fuga absolutamente pacífica destes quatro inocentes, que atravessaram e abriram cada uma das 4 portas até a liberdade sem uso de qualquer tipo de arma ou violência, a repressão brutal começou contra os outros presos que continuam detidos. No dia 14 recebi a notícia que reproduzo na íntegra, para que se possa ter uma idéia da malignidade do regime que, muito provavelmente, está utilizando “interrogadores” do G2 cubano, como já ocorreu em outras ocasiões, inclusive terminando com a morte dos interrogados.


“Hoje levaram de Ramo Verde o efetivo Luis Figueroa (GN), um dos presos, encarcerado no mesmo andar que os Faría. O levaram sem ordem judicial, sem permissão do tribunal que o sentenciou em La Guaira e sem notificação de seu advogado. O trouxeram de volta todo golpeado e cuspindo sangue (até esta hora) e o ‘avisaram’ de que amanhã vão pôr o Capitão Otto Gebauer, companheiro de cela de Carlos Ortega no 3º andar, e condenado a 12 anos, 6 meses, 22 dias e 5 horas (vejam o absurdo da “precisão”!) por haver sido testemunha das debilidades de Fidelito em 12 e 13 de abril de 2002, quando esteve sob custódia das FAN.


Isto tem que ser espalhado como rastilho de pólvora e responsabilizar o regime do que possa acontecer, não só ao Capitão Gebauer ou aos demais reclusos de Ramo Verde, mas aos custodiados e pessoal da guarda da Instituição. Não queiram tapar sua mediocridade e negligência com o sangue que lhes pode pesar duas vezes.


Por favor, os que são crentes acompanhem com suas orações de proteção os fugitivos, aos seus familiares e amigos, aos reclusos de Ramo Verde que ficaram incomunicados e a mercê deste regime de assassinos, e aos soldados guardas e pessoal da guarda da instituição, que são o lado mais frágil. Para todos eles, minhas orações, minha solidariedade e minha admiração”.


Hoje não tive qualquer nova notícia, a não ser que o delinqüente Chávez está possesso e “endureceu” ainda mais a repressão. Enquanto ele se deleitava e derretia em afagos e carinhos com o vivíssimo e saudabilíssimo abutre assassino mumificado Fidel, as portas de sua prisão de segurança máxima se abriam de par em par para oferecer liberdade a quem nunca deveria tê-la perdido.


Que Deus proteja cada um desses Militares e civil que conseguiram por milagre escapar do inferno com vida e sem serem molestados, e que Deus conceda igual sorte aos incontáveis presos políticos cubanos que apodrecem em vida nas mais de 300 prisões inumanas da ilha-cárcere sem que haja um só reclamo por parte desta horda de “defensores dos direitos humanos”, “intelectuais”, “artistas”, “formadores de opinião” do mundo inteiro que se solidarizam e até “rezam” pela plena recuperação do mais sanguinário e diabólico ditador da América Latina.


Na próxima edição prometo falar sobre a situação mais anormal do que nunca que se vive hoje em Cuba. Fiquem com Deus e até a próxima!


Comentários e tradução: G. Salgueiro