quinta-feira, 18 de setembro de 2008









Hoje um leitor postou um comentário tão importante que resolvi rejeitá-lo no espaço próprio e publicá-lo aqui, como parte da edição de hoje. Trata-se de um brasileiro que vive na Bolívia e que, por esta razão, sabe perfeitamente bem o que está acontecendo naquele país. A mensagem é uma carta encaminhada à revista “Isto É”, e como tenho certeza que ela será jogada com desprezo e nojo na lixeira, faço o que deveria ser a primeira responsabilidade de um órgão informativo: divulgar para o público leitor os fatos e não as versões encomendadas, maquiadas e censuradas.

A reportagem da “Isto É” é falsa, mentirosa, desinformação pura. Como o presidente-cocalero Morales classificou o embaixador Philip Goldberg como “persona non grata”, alegando que ele contribuía para a desestabilização do país, a repórter Luiza Villaméa endossa concluindo: “Os Estados Unidos revidaram, classificando da mesma forma o embaixador boliviano em Washington. É o fantasma do golpe de Estado rondando, de novo, a Bolívia”. Moça, vai estudar, pára de repetir tanta mentira e desinformação que o leitor merece respeito!

Esta revista tem a ousadia (ou cara de pau) de se dizer “independente” mas, do mesmo modo que 99% da mídia nacional, repete as mesmas baboseiras, mentiras e chavões do esquerdismo nacional e internacional, com a mesma linguagem viciada do politicamente correto. Dá vergonha ver os noticiários ou tentar ler o que dizem os jornais e revistas brasileiros sobre esta crise gravíssima que atravessa a Bolívia porque, é como diz aquela máxima comunista: se a teoria não corresponde aos fatos, pior para os fatos! A notícia que vai ser divulgada é aquela que foi estabelecida “por consenso” e fim de conversa; o leitor que se dane.

Pois muito bem. O Notalatina não tem rabo preso com ninguém, não é patrocinado ou subvencionado por nenhum órgão público ou privado, partido político, políticos ou empresários. Meu objetivo é buscar a verdade e desmascarar a fraude da “informação confiável” que alardeiam mas sonegam os nossos meios de comunicação.

E como já era previsto, Lula respaldou a atitude de Morales de expulsar o embaixador americano. Disse ele: “Se for verdade que o embaixador dos Estados Unidos se reunia com a oposição de Evo Morales, Evo está correto em expulsá-lo. É a famosa ingerência das embaixadas americanas em vários momentos da história do continente americano. Então, creio que houve um incidente diplomático, se o embaixador estava tendo injerência na política, Evo tem razão”. Nesta entrevista que Alejandro Peña Esclusa concedeu ontem de Santa Cruz de la Sierra a Marianella Salazar, uma das jornalistas mais combativas da Venezuela e por isso mesmo preseguida pelo psicopata Chávez, ele faz mais uma análise lúcida, clara, realista da situação atual da Bolívia e desmascara a farsa de um Lula “moderado” e democrata. Não deixem de ouvir porque as revelações que ele faz são importantíssimas e estão sendo sonegadas nas tv’s, jornais e revistas brasileiras.

E antes de transcrever a mensagem do leitor à revista “Isto É”, sugiro a leitura do documento que os governadores da “meia-lua” enviaram aos membros da UNASUL, considerando que estes não quiseram recebê-los em uma audiência onde pretendiam explicar o que estava acontecendo em seu país. E estes presidentes não quiseram recebê-los porque não estavam reunidos como chefes de Estado de nações irmãs mas como MEMBROS DO FORO DE SÃO PAULO, cujos interesses são diversos dos que deveriam ter caso fossem independentes e pensassem no bem dos seus países. O documento é este: A LOS EXCELENTISIMOS SEÑORES PRESIDENTES Y PRESIDENTAS DE UNASUR

Agradeço a importantíssima colaboração deste leitor - que não pode se identificar - porque o que ele diz em sua mensagem só vem corroborar o que o Notalatina e Peña Esclusa têm informado desde o início da semana.

Fiquem com Deus e até a qualquer momento!

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Prezados Senhores

Por uma questão de segurança, pois vivo na Bolívia, deixarei de identificar-me. Justamente por ser testemunha ocular dos fatos e conhecer um pouco do passado recente desse país, gostaria de respeitosamente corrigir algumas informações no que se refere ao artigo “O risco do apagás” (Edição 2028 – 17/09/08)

Primeiro que não está comprovado absolutamente que os que fecharam as válvulas do gasoduto ao Brasil e causaram a explosão tenha sido gente da oposição. Embora considere que isso seja possível, afirmá-lo como fato pronto e acabado é descartar muito rapidamente a possibilidade de que tenha sido gente do próprio governo como uma maneira de despertar antipatia brasileira para o movimento oposicionista, além de encaixar-se na busca de pretextos para militarizar os departamentos (estados) da chamada meia-lua.

Segundo, a revista fala de posições irreconciliáveis. A primeira e corretamente contada é a de Evo Morales, estatizante e indigenista. Porém, ao falar do outro lado como sendo os “autonomistas das elites políticas e econômicas da oposição” a revista reproduz, ainda que talvez que sem saber o discurso do governo central, que cinicamente insiste em desconhecer a luta autonomista que vem praticamente desde a fundação de Santa Cruz e não está restringida às chamadas elites ou, como preferem os do partido de Evo Morales e seu “amigo” Hugo Chávez, as “oligarquias”. É inegável que há uma elite política e econômica em Santa Cruz, mas o apelo pela autonomia é um desejo das massas, como se pôde comprovar, entre outras coisas, pelo referendo relacionado ao tema realizado em junho, onde os números falam por si só. A favor da autonomia: 86% em Santa Cruz, 80,2 % em Beni, 80% em Tarija e 81,8% em Pando. O departamento de Chuquisaca prepara-se para realizar seu referendo sobre o assunto em novembro (conferir: http://www.la-razon.com/versiones/20080505_006263/nota_249_590407.htm, http://www.la-razon.com/versiones/20080602_006291/nota_249_606835.htm, http://www.la-razon.com/versiones/20080623_006312/nota_249_619442.htm).

Historicamente falando, todas as vezes que Santa Cruz tentou falar de autonomia, o discurso do governo central (ou seja, não é de hoje) foi de que o que desejavam era separatismo. Isso é reforçado agora, pois evidentemente autonomia (que é algo muito mais tímido que federalismo) não combina com governo centralista e autoritarismo.

Terceiro, Evo Morales teve seu mandato ratificado e não posso negar que tristemente as pessoas, principalmente as mais simples e incultas, foram fortemente influenciadas pelo maquinário propagandístico estatal, que funciona muito bem por sinal. O que a imprensa brasileira se esquece de contar é que o referendo revogatório foi realizado apesar das fortes e comprovadas acusações de que o padrão eleitoral boliviano está contaminado, com pessoas com dois até quatro cédulas de identidade com nomes diferentes, “mortos” votando, estrangeiros, tudo previamente azeitado por Venezuelanos que foram flagrados nos escritórios da Polícia (responsável pela emissão de documentos) altas horas da noite para “ajudar” nesse trabalho (ver, por exemplo, http://www.fmbolivia.com.bo/noticia2397-denuncian-que-venezolanos-ingresaron-al-registro-civil.html, http://www.eldiario.net/noticias/nt080810/2_02plt.php, http://www.eldeber.com.bo/2008/2008-08-10/vernotaahora.php?id=080810130643).

As acusações de fraude são tão evidentes que a Corte Nacional Eleitoral, composta no momento por apenas três elementos por obra e graça do senhor Evo e cujo presidente da instituição é partidário de Morales, num lampejo de bom senso resolveu não administrar o referendo sobre o projeto de constituição do MAS (partido do governo) enquanto não for feita uma auditoria completa (http://www.eldeber.com.bo/2008/2008-09-03/vernotaahora.php?id=080903173255).

A revista diz que “os governadores da oposição, que também tiveram seus mandatos ratificados, se negam a aceitar as regras do jogo democrático e decidiram radicalizar”. Primeiro, que quem já deu amplas mostras de que não estar interessado em respeitar o jogo democrático é o próprio presidente. Há vários exemplos, mas o mais recente é fato de que convocou o referendo sobre a constituição para 7 de dezembro com um Decreto Supremo (equivalente a nossa medida provisória), quando a lei expressamente diz que tem de ser convocado pelo congresso (mas no senado o governo é minoria, esse o temor). Além disso, disse com todas as letras que quando lhe informam que algo é ilegal, ele não se importa e diz a seus advogados que o legalizem (http://mirabolivia.com/foro_total.php?id_foro_ini=54885, http://www.eldiario.net/noticias/nt080809/3_01ecn.php).

Depois, é muito fácil falar para quem está de fora sobre “rebelião” dos governadores contra as regras do jogo. Pode ser que isso não seja justificável, mas é perfeitamente explicável quando se é testemunha dos freqüentes atropelos do governo central, sem um mínimo de respeito pelas regiões ditas autonômicas que, além do fator político, envolve sérios problemas de preconceito racial para com os “cambas” (habitantes do oriente). A medida é de extremo desespero, horrível para nós que vivemos aqui, mas, tristemente, parece ser um mal necessário para tentar pôr freio aos desmandos desse senhor que, com conexão direta com Caracas, não se importa uma vírgula com o que seja institucional.

Em que momento os governadores da oposição falaram de separatismo? Quando de depor ao presidente? Perguntem aos repórteres brasileiros que estão aqui. O que reclamam é o respeito à votação a sua autonomia, contra o projeto de constituição do MAS aprovado em um quartel e pela devolução do que têm direito por lei e que foi retirado pelo governo que é o Imposto Direto de Hidrocarburo (IDH). Embora a revista afirme corretamente que o dinheiro tomado é usado “para pagar aposentadoria para maiores de 60 anos pobres”, o valor necessário para fazer isso é muito inferior ao valor confiscado, evidenciando a verdadeira intenção do governo: debilitar economicamente os departamentos autonômicos (www.santacruz.gov.bo/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=645).

Peço que, por favor, investiguem os fatos aqui expostos para que os leitores possam ter uma idéia mais realista sobre o que realmente está se passando. É muito triste ver os acontecimentos serem distorcidos pelos órgãos de informação do governo e que esses consigam passar sua versão adiante. Um exemplo é o atual estado de sitio em Pando, onde o governo “estranhamente” não permite que cheguem jornalistas (somente os de Televisão Boliviana, do governo) nem gente dos direitos humanos ao mesmo tempo em que divulgam sua versão dos fatos e ameaçam com prender ao governador.

Na expectativa de poder haver cooperado, desde já agradeço.

Comentários e Traduções: G. Salgueiro

quarta-feira, 17 de setembro de 2008





Voltamos com informações mais recentes da Bolívia, conforme prometi. Evo Morales havia aceitado um diálogo com os governadores da “meia-lua” marcado para amanhã, dia 18 mas, sem mais nem menos (ou será que recebeu alguma ordem urgente de seus mentores e amos, Chávez e Castro?) antecipou para hoje às 17:00 pm. Entretanto, acabo de ver pela CNN em Espanhol que finalmente o encontro teve que ficar para amanhã, pela impossibilidade de locomoção dos governadores, de seus estados até o Palácio Quemado em La Paz, onde seria o encontro.

Hoje o Notalatina apresenta o áudio de uma entrevista dada por Alejandro Peña Esclusa, que está em Santa Cruz (Bolívia), a Fernando Lodoño no programa La Hora de la Verdad. Esta entrevista que tem a duração de 14 m. e 9 s. é importantíssima porque Alejandro revela detalhes do que está ocorrendo DE FATO em Pando e que a imprensa não noticia. A situação é extremamente grave e embora Alejandro afirme que já está mais calma, a contabilidade é ainda muito tenebrosa. Há mais mortos do que a imprensa está noticiando e já é possível crer que em breve alcance a casa das centenas, caso não se chegue a uma solução rapidamente.

O trabalho da imprensa, local e estrangeira, está sob constante ameaça de forças policiais e militares que ocupam toda a cidade. Os jornalistas estrangeiros estão todos hospedados no mesmo hotel por medida de segurança e quando tentam fazer seu trabalho são ameaçados com disparos. Conforme relata o jornalista Carlos Lezcano, da “Red Unitel”, quando tentava entrevistar a delegada presidencial Nancy Texera, a uns 300 metros do aeroporto, atiraram contra ele e o câmera do terminal aéreo. Conta Lezcano: “Uma bala passou a centímetros do câmera. ‘Filme-me, parente’, eu gritava para ele, caso caíssemos ali. Depois vieram os militares, nos insultaram e nos disseram que não se podia filmar”. O jornalista Alexandre Lima, do jornal “O Alto Acre”, viveu experiência similar quando fotografava o momento da prisão do governador de Pando, Leopoldo Fernández (foto que ilustra a edição de hoje).

A maioria dos jornalistas bolivianos está dormindo na cidade fronteiriça de Brasiléia, no Acre, cidade para onde já fugiram umas 400 pessoas. Edgar Balcázar ex-funcionário da Prefeitura de Cobija (capital de Pando), exibiu vários hematomas e marcas de golpes que recebeu após presenciar a morte de um camponês. Segundo Edgar, “Queiram me matar. Não eram camponeses, eram guerrilheiros, estavam armados e começaram a disparar. Porém não me mataram e passei para Brasiléia, onde me atenderam no hospital e onde estou hospedado em casa de amigos”.

Os refugiados acusam os Ponchos Rojos (aqueles que degolaram o cachorro no vídeo que o Notalatina reapresentou ontem), controlados por Morales, pois pertencem à mesma etnia Aymará. Apesar de se vestirem com trajes típicos de sua etnia, os Ponchos Rojos também são vistos portando fuzis e armas de fogo. A maioria desses índios são ex-soldados do exército boliviano que conhecem de estratégia e táticas militares, e alguns desses grupos se preparam para as ações vilentas na planície de K’ala Chaca (“ponte de pedra” em aymará) na montanha Letanías de Viacha. Pelo vídeo percebe-se o grau de violência a que são capazes. Na foto acima eles aparecem com fuzis de madeira nas mãos, numa intimidação pouco velada do que desejam fazer e o mais grave: contam com apoio e cobertura do cocalero Morales. E é esta “democracia” que a carta da UNASUL diz estar defendendo, sabendo que isto é falso, é uma descarada mentira.

O vice-presidente Álvaro García Linera teve vínculos com os Ponchos Rojos e com o bando terrorista “Exército Guerrilheiro Túpak Katari” (EGTK). Juan Carlos Condori, secretário-executivo da federação de camponeses aymarás diz com orgulho: “Nós temos participação na equipe de ministros de Evo Morales. Agora está David Choquehuanca que é ministro de Relações Exteriores. Antes estava nosso irmão Félix Patzi como ministro da Educação”. Quer dizer, é por esta razão que esses índios lutam com toda a violência para defender seu presidente e assim preservarem seus lugares no comando da nação, uma “nação bolivariana”.

Numa entrevista que vi na CNN, um senador republicano se queixava da forma “pouco ativa” de Lula na resolução deste conflito. Dizia ele (não guardei o nome) que, uma vez que o Brasil depende em grande parte do gás boliviano, os Estados Unidos acreditavam que Lula seria um ótimo mediador mas não é isto que está acontecendo, pois ele limitou-se a participar do encontro da UNASUL e nada ficou solucionado até o momento. Como todo estrangeiro, este senhor se ilude com o papel de Lula no hemisfério e, como ele sempre fala em tons moderados, sem os arroubos agressivos e vulgares de Chávez, ninguém percebe que aquilo é um lobo vestido em pele de cordeiro e que ele está por trás de toda esta instabilidade. Alejandro Peña Esclusa esclarece isto perfeitamente na entrevista a Fernando Lodoño que vocês podem ver aqui, uma exclusividade do Notalatina para o Brasil.

E por hoje as notícias são essas. Creio que amanhã teremos mais informações, caso a tal “mesa de diálogo” se realize. Não deixem de ouvir a entrevista de Peña Esclusa!

Fiquem com Deus e até a qualquer momento!

Comentários e Traduções: G. Salgueiro

terça-feira, 16 de setembro de 2008





O Notalatina volta a falar sobre a rebelião da Bolívia, produzida artificialmente pelo presidente cocalero Evo Morales, que é um marionete comandado por Chávez e pelas designações do Foro de São Paulo. Assisti há pouco pela CNN em Espanhol duas entrevistas interessantes: uma com o governador de Tarija, Mario Cossío, e outra com Thomas Shannon, Secretário de Estado Adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, dos Estados Unidos, em que ambos coincidem com a avaliação que fiz na edição de ontem, onde acuso Evo Morales de ser o principal causador do caos e mortes resultantes deste conflito que não se sabe aonde vai dar nem quando vai acabar.

Segundo informações de Cossío, dadas por telefone, a situação tornou-se insustentável desde o início dos conflitos porque isto foi uma “estratégia planejada por Morales” e que já vinham sendo implementadas há bastante tempo. Lembro que, quando houve os referendos nos estados da “Meia Lua”, Morales não quis reconhecer o resultado que lhes dava – legalmente - a autonomia, alegando que os opositores eram “separatistas” e que queriam ser “países” autônomos. Não apenas sandice mas desinformação, que foi imediatamente absorvida e apoiada pelos países-membros do Foro de São Paulo, dentre os quais o ParTido-Estado do Sr. Lula da Silva.

Ontem os governadores dos estados atingidos pela desordem ingenuamente aceitaram um diálogo com o Governo e elaboraram um documento que seria entregue a Morales. Como era de se esperar, pois já ocorreu isto mesmo em outras ocasiões, enquanto Mario Cossío entrava no Palácio do Governo com o documento, Morales decretava estado de sitio, ameaçando a população de Pando com tropas de choque das Forças Armadas, além de tomar o aeroporto de Cobija, capital do estado. Hoje, Morales mandou prender o governador de Pando, Leopoldo Fernández, sob a acusação de genocídio, e o vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais, Sacha Llorente, já sentenciou (bem ao estilo dos tribunais revolucionários) que Fernández será processado e “receberá 30 anos de prisão sem direito a indulto”. Desde o início da tarde Fernández está detido em Cochabamba, o que causou revolta na população não só de Pando mas também de Santa Cruz, Tarija e Beni, os estados autônomos.

Na versão do Governo, quem começou o massacre de 11 de setembro foram os funcionários do governo estadual que “emboscaram os camponeses com maquinaria pesada”, deixando um saldo de 15 mortos, 37 feridos e 106 desaparecidos (fugiram). Ainda segundo a versão do Governo, os funcionários do estado utilizavam metralhadoras contra pobres camponeses armados apenas de “facões e escopetas” que utilizam para a “caça doméstica”. Não já ouvimos coisa semelhante por aqui, quando se trata de ataques dos marginais do MST e índios?

Entretanto, segundo o dirigente cívico Edberto Mayne, tudo começou quando gente paga pelo Governo Morales interceptou funcionários do governo estadual de Caminos e os “matou a bala” e que esse mesmo grupo atuou em Porvenir. O senador Róger Pinto acrescenta que os camponeses mataram a sangue frio o engenheiro Pedro Oshiro que se encontrava no ponto de bloqueio da governadoria e que outro foi morte a golpes de facão. O governador Fernández disse ainda que os malfeitores tinham cintos coloridos para serem identificados entre si, o que confirma que isto foi uma atitude planejada. Vejam aqui neste vídeo como os cocaleros armados por Morales ameaçam em Santa Cruz. E a propósito disto, vale a pena rever o vídeo “O massacre de 11 de abril foi planejado”, produzido por Fuerza Solidaria, pois foi exatamente o que ocorreu na Venezuela em 2002, quando Chávez planejou um massacre contra a população indefesa e depois colocou a culpa na oposição. Até nisso este delinqüente mete suas patas imundas e repete na Bolívia seus malditos planos criminosos!

E ontem após reunião da UNASUL (União das Nações Sul-Americas), redigiu-se um documento intitulado “Declaração de La Moneda” (por ter sido no Palácio La Moneda do Chile, onde a presidenta Michele Bachelet é a presidente pro tempore do grupo), em total a absoluto apoio a Morales. Como era de se esperar, está repleto de palavrório bonito mas falso e hipócrita porque eles mesmos não cumprem o que pregam, como pode-se observar logo no segundo parágrafo que diz: “Considerando que o tratado constitutivo firmado em Brasília em 23 de maio de 2008 consagra os princípios do irrestrito respeito à soberania, à não ingerência nos assuntos internos, à integridade e inviolabilidade territorial, à democracia e suas instituições e ao irrestrito respeito aos direitos humanos”.

Quer dizer, se isto fosse observado e cumprido como manda o tal tratado, Chávez seria no mínimo admoestado pelos outros países-membros, caso esta organização não fosse mais um desdobramento do Foro de São Paulo e todos se locupletassem entre si. A propósito da ingerência de Chávez nos assuntos internos da Bolívia, vale muito a pena ver este vídeo do discurso inflamado que este psicopata fez, ao declarar a expulsão do embaixador dos Estados Unidos na Venezuela, que eu citei na edição do dia 12. É uma vergonha superlativa alguém ter um psicopata em surto como este dirigindo seu país e, vergonha maior ainda, daqueles que o apóiam e aplaudem feito micos de circo.

E para concluir esta edição de hoje, reproduzo (traduzido) o esclarecedor artigo de Alejandro Peña Esclusa sobre esta mega-farsa promovida pela UNASUL.

Fiquem com Deus e até a qualquer momento com novas informações sobre a situação da Bolívia!

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A farsa da UNASUL

Por Alejandro Peña Esclusa

A grave crise que a Bolívia vive hoje, deve-se a que Evo Morales interpretou seu triunfo na consulta do passado 10 de agosto como uma patente de corso [1], para desconhecer os referendos autonômicos (cortando ilegalmente o benefício que as regiões obtêm dos impostos dos hidrocarbonetos) e para promulgar sua Constituição, aprovada ilegalmente na calada da noite, sem a presença da oposição. Como era de se esperar, os bolivianos se rebelaram ante semelhante golpe de Estado.

Uma vez desatada a crise, os aliados de Evo Morales – particularmente Hugo Chávez – se mobilizaram para defender seu camarada, argumentando falsamente que “a direita”, apoiada pelos Estados Unidos, estava desestabilizando a Bolívia. Por arte de magia, o vitimário Evo Morales se converteu em uma pobre vítima.

Os governos pertencentes à União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) se reuniram em Santiago do Chile, para defender a “institucionalidade democrática” na Bolívia, porém não disseram que quem a estava vulnerabilizando era o próprio Morales. Tampouco disseram que todos os presidentes que assistiram ao encontro – exceto Álvaro Uribe – formam parte do Foro de São Paulo, organização à qual também pertence Evo Morales, junto com as FARC e o ELN. Muito menos criticaram Chávez por intervir flagrantemente nos assuntos internos da Bolívia, ameaçando enviar tropas a esse país e fazendo um chamando para intimidar os chefes militares bolivianos.

O próximo passo dos governos da UNASUL – quer dizer, do Foro de São Paulo – será propiciar um falso diálogo entre as partes em conflito, o qual na realidade servirá para que Evo Morales persiga ferozmente a oposição boliviana, argumentando que tentaram dar um “golpe”. Isto dará a Evo Morales uma nova oportunidade de impor sua cartilha totalitária, escrita em Cuba e financiada pela Venezuela. Como se fosse pouco, a UNASUL decidiu designar uma comissão que investigará os eventos na região de Pando, a qual equivale a pôr um rato para tomar conta do queijo.

Para os venezuelanos este é um filme repetido. Em 11 de abril de 2002, Hugo Chávez cometeu um terrível massacre, ao ordenar a seus seguidores que disparassem à vontade contra uma manifestação pacífica. Posteriormente, Chávez e seus aliados internacionais converteram o massacre em “golpe”, e começou uma perseguição feroz contra a oposição, que ainda não teve fim.

Resulta revelador que os integrantes da UNASUL ponham mais interesse na propaganda auspiciada por Chávez, do que nos vínculos de seus principais funcionários policiais com o narco-terrorismo, ou à forma descarada como financia com maletas a seus aliados. Isto prova que, como dizem na Venezuela, são jacarés do mesmo poço.

1. Campanha que os navios mercantes faziam pelo mar, com patente de seu governo, para perseguir os piratas ou as embarcações inimigas.

Traduções, comentários e nota: G. Salgueiro

segunda-feira, 15 de setembro de 2008


O Notalatina sai hoje numa edição diferente das demais, por uma força imperiosa de restabelecer a VERDADE dos fatos que criminosamente a mídia insiste em distorcer, fraudar, omitir, para que o leitor cada dia mais se afaste da realidade e embarque na ficção do “1984” de George Orwell. Estou me referindo a uma entrevista publicada pela revista “Época”, datada de 13 de setembro, com Peter Hakim, a respeito da situação da Bolívia a beira de um guerra civil. Ocorre que “Época” é controlada pelo PCdoB e mister Hakim (na foto) é ninguém menos que o presidente do Diálogo Interamericano.

Para quem não sabe o que é o Diálogo Interamericano, recomendo a leitura do livro “O Eixo do Mal Latino-Americano” do Heitor De Paola – especialmente o Cap. XII -, além deste artigo bastante esclarecedor do historiador Carlos Ilich Santos Azambuja. Então, o que se tem é uma revista comunista entrevistando um sujeito que oferece apoio incondicional à implantação do comunismo na América Latina, e o resultado disto vocês vão ver nas contestações que faço intercalando as respostas em azul. Há uma quantidade razoável de pessoas capacitadas para fazer uma análise decente e correta destes fatos, no Brasil e no exterior, mas é óbvio que esta revista está apenas cumprindo com o seu papel de “companheira de viagem”. É vergonhoso que “isto” seja repassado para o público como “informação”.

Antes, porém, quero informar aos leitores que o site Mídia Sem Máscara está temporariamente indisponível por problemas técnicos, e que em breve voltará à normalidade.

E vamos à entrevista ou “engana trouxa”. Fiquem com Deus e até a próxima!

Peter Hakim – “O país corre grande perigo”.

Leandro Loyola

O analista americano Peter Hakim estuda a América Latina desde os anos 60. Nesse tempo, já viu inúmeros conflitos no continente e, em especial, na Bolívia. Presidente do Inter-American Dialogue Institute, Hakim afirma que a crise atual é apenas uma continuação dos confrontos entre o presidente Evo Moralae e a oposição, baseada nas províncias mais ricas. Mas o perigo agora pode ser maior. “Pessoas próximas acham que Hugo Chávez está influenciando o presidente Morales”, diz. “E tanto Morales quanto a oposição estão se sentindo fortes”.

Comento: Em primeiro lugar, este sujeito diz ter estudado a América Latina “desde os anos 60” mas o que fez nestes quarenta e tantos anos além de procurar uma forma de reescrever a História? Se ele de fato se limitasse a estudar, analisar os fatos como se dão, sem omitir nem adoçar os crimes cometidos pelo terrorismo comunista, sua análise seria bem outra. Ademais, observem a sutileza do repórter ao afirmar que a oposição a Morales encontra-se nos estados (províncias) mais ricos. Quer dizer, aí ele já induz o leitor desavisado a se posicionar contra os opositores porque são “ricos” e a apoiar (cegamente) os camponeses e índios que são os "pobres e desvalidos".

ÉPOCAHá alguma chance de haver um golpe de Estado na Bolívia?

Peter Hakim – O único que pode realmente fazê-lo é o Exército. No meu modo de ver, o Exército não está conspirando. Apesar da oposição de quatro Estados (são “estados” e não Estados) fortes, Morales tem 67% de aprovação popular.

Comento: Mentira. Os índios não representam todo este percentual e essa estatística deve ser do mesmo instituto que faz as pesquisas para Chávez.

Não é um governo impopular: é um governo altamente popular. Eu ainda duvido de um golpe. O perigo é que tanto Morales quanto a oposição tiveram vitórias nos referendos realizados recentemente e estão se sentindo fortes.

Comento: Mais mentira. Se ele fosse assim tão popular não teria havido conflitos e rechaços violentos e constantes desde que assumiu o governo. Ademais, a vitória de Morales foi fraudada, com o respaldo de Chávez, inclusive usando as mesmas máquinas fraudulentas utilizadas na Venezuela.

ÉPOCAO Brasil enfrenta problemas com esta instabilidade na Bolívia. O que pode fazer?

Hakim – O Brasil tem melhor possibilidade de jogar um papel positivo do que os Estados Unidos. O Brasil tem experiência diplomática e certa influência sobre (o presidente da Venezuela, Hugo) Chávez – e, se ele está realmente insuflando Morales, o Brasil pode conversar. A Bolívia corre grande perigo.

Comento: Claro que o Brasil tem mais influência na Bolívia do que os Estados Unidos porque ambos os presidentes são parceiros no Foro de São Paulo que nem a revista nem este elemento citam. Agora, dizer que se Chávez está realmente insuflando Morales”, no condicional, é a maior das canalhices porque todo mundo sabe que Chávez mantém, como a uma amante, este índio cocalero. E Morales não faz NADA que não seja por ordem de Chávez e de Cuba.

ÉPOCAO presidente Chávez pode estar influenciando o presidente Morales?

Hakim – Pessoas que conhecem Morales bem, que estão perto dele, acham que sim, acham que Chávez tem uma influência grande sobre ele.

Comento: É nojento ver um sujeito que diz estudar a América Latina desde a década de 60 “não saber” o que se passa nesta relação obscena entre esses dois elementos abjetos. Chávez não só “tem influência” como mantém de tudo, desde a guarda pessoal, que é venezuelana, como cede avião e petrodólares, milhares deles. Vejam a última edição do Notalatina clicando nos links e vocês vão ter uma radiografia dessa dependência.

ÉPOCAChávez já afirmou que, se a oposição tentasse derrubar Evo Morales, ele interviria. Isso pode acontecer agora?

Hakim – É difícil imaginar como fazer isso. O problema é muito grande porque há uma polarização na Bolívia por classe social, por nacionalidade, por grupo étnico e por região. Então, não é fácil para Chávez intervir. Provocaria uma resistência maior ainda.

Comento: Ele sabe que Chávez pode intervir sim. Se vai ser recebido a bala ou com flores é outra questão. Os militares bolivianos já mandaram uma mensagem clara para Chávez de que se ponha em seu lugar mas isto não é o suficiente para deter o demente. São duas situações distintas e que ele propositalmente mistura, sutilmente defendendo Chávez.

ÉPOCAChávez pode ter influenciado a decisão de Morales de expulsar o embaixador dos Estados Unidos?

Hakim – É difícil entender a expulsão do embaixador. Acho que a intenção (do presidente Evo Morales) era provocar um conflito com os Estados Unidos para fortalecer sua posição interna. Eu sei que os EUA têm sido muito cuidadosos, entendem muito bem o problema que o governo de Morales está enfrentando e não queriam um rompimento. O governo americano sabia que seria difícil ter as melhores relações com Morales, mas fez muito esforço para manter uma relação racional. Expulsar o embaixador, sem comunicação anterior, é como a opção nuclear.

Comento: Os Estados Unidos sabem muito bem da situação da Bolívia, mas não “o problema que o governo Morales está enfrentando” senão CRIANDO. No fim do ano passado alguns governadores da “meia lua” estiveram nos Estados Unidos denunciando a fraudulenta vitória da nova Constituição, que foi “aprovada” só com os partidos oficialistas, de portas fechadas e onde a oposição FOI PROIBIDA de participar. Depois disso, esses governadores foram ameaçados de morte pelos índios selvagens, como neste vídeo que eu dispus no Notalatina (em que os Ponchos Rojos degolam um cachorro e dizem que vão fazer o mesmo com os “oligarcas”, opositores e prefeitos), e até mesmo incendiando as sedes de governos e delegacias. Este demente sabe disso tudo muito bem e torce os fatos, DESINFORMA PROPOSITALMENTE.

ÉPOCAPor isso, os Estados Unidos expulsaram o embaixador da Bolívia quase imediatamente...

Hakim – É uma pena, mas os Estados Unidos não podiam deixar de responder. Agora é hora de sentar e conversar.

Comento: Isto era a resposta obrigatória, não porque “os Estados Unidos não podiam deixar de responder” mas em obediência a convenções internacionais de reciprocidade.

ÉPOCAEm resposta, o presidente Chávez anunciou a expulsão do embaixador americano da Venezuela em solidariedade à Bolívia. Até onde isso pode ir?

Hakim – Isso é uma loucura. A Venezuela representa um problema muito maior para os Estados Unidos. Por dois motivos. Um deles, obviamente, é o petróleo: a Venezuela fornece de 10% a 12% do petróleo consumido nos EUA.

Comento: O “problema maior” não é para os Estados Unidos mas para a Venezuela. O desinformador diz quanto os Estados Unidos consomem do petróleo venezuelano mas não diz qual o percentual de venda da Venezuela para os Estados Unidos. Visto assim, parece que é uma perda irreparável para os Estados Unidos mas não é, porque eles podem procurar outro fornecedor. Agora, esses “10% a 12%” americanos representam MAIS DE 50% das vendas venezuelanas. Então, quem perde mais?

Além disso, o que ele não informou é que a expulsão do embaixador americano da Venezuela foi um pouco por retaliação pelas últimas denúncias a respeito das ligações de Chávez e seus ministros com as FARC, em especial Ramón Rodriguez Chacín, ex-ministro da Defesa e facilitador de armas e naturalização de terroristas na Venezuela. Falei disso no Notalatina no início do ano, quando das “operações humanitárias” que libertaram Clara Rojas e Consuelo Perdomo. Vejam nas edições do início deste ano que tem toda a folha corrida do terrorista Chacín.

Outro fato também, que este degenerado não informa - nem a mídia companheira de viagem brasileira -, é que este espetáculo serviu para encobrir os julgamentos de venezuelanos envolvidos com o “caso das valises”, onde Chávez deu 800 mil dólares para a campanha presidencial de Cristina Kirchner e agora sabe-se que houve outra, com 4.200.000 que ninguém sabe o paradeiro. Antonini Wilson resolveu abrir o bico em troca de benefícios no julgamento e confirmou a doação. Chávez está possesso com isto e resolveu retaliar, expulsando o embaixador americano, não somente em “solidariedade” ao amigo e companheiro no Foro de São Paulo, o cocalero Morales.

O outro é que a maioria dos países da América Latina não vai querer enfrentar os Estados Unidos, mas também não vai ficar contra a Venezuela. Os Estados Unidos não conseguirão mais apoio dos países da América Latina contra a Venezuela.

Comento: Os Estados Unidos há tempo não contam com o apoio latino-americano - com exceção da Colômbia, incondicional, e parcial do Peru -, não porque não queiram ou porque tenham uma política ruim, mas porque hoje a maioria pertence ao Foro de São Paulo, é comunista e intoxicada de anti-americanismo. Se este degenerado falasse nesta organização criminosa (FSP) ou a revista não procurasse esconder a influência deste Foro na situação latino-americana, as coisas ficariam claras como a luz do dia.

Comentários e Traduções: G. Salgueiro