terça-feira, 2 de outubro de 2012

O Notalatina entrevista o ex-presidente Álvaro Uribe


"No hay causa perdida" novo livro do ex-presidente Álvaro Uribe Vélez

Há dois anos o Notalatina recebeu do então presidente da Colômbia, Álvaro Uribe Vélez, uma carta de agradecimento pelo trabalho que realizo em defesa da liberdade e democracia na região, sobretudo por denunciar ao mundo os horrores praticados pelos terroristas das FARC em seu país. Apesar de eu haver publicado a carta no original e depois tê-la apresentado com uma foto minha na edição relatando minha primeira visita à Bogotá, muita gente ainda duvidou e escreveu comentários - anônimos, como sempre! - mesquinhos a respeito.

Na semana passada entrei em contato com um amigo - o mesmo que me entregou essa carta - para ver com ele a possibilidade de traduzir o livro que o ex-presidente Uribe estará lançando em meados desse mês, intitulado “No hay causa perdida”, e que ilustra essa edição de hoje. Ele escreveu a Uribe com minha mensagem, e qual não foi a minha surpresa ao ver a resposta: “Dê meu e-mail e telefone a ela para marcarmos uma entrevista”.

Isso foi um sonho que nunca me passou pela cabeça, dado que este grande homem desde que deixou o Governo nunca parou de lutar pelo seu país, vive dando aulas em universidades pelo mundo todo e, evidentemente, tem uma agenda muito apertada. Então lhe escrevi e ele marcou a entrevista para o domingo passado, 30 de setembro, às 3 horas da tarde pelo Skype. Esse acerto foi feito no sábado e, embora estando a par dos últimos acontecimentos em seus mínimos detalhes, escolhi dois temas que poderiam se desdobrar no desenrolar da entrevista: o “acordo de paz” entre o governo Santos e as FARC, e seu novo livro.

Mal consegui dormir e no domingo estava com tudo pronto desde cedo. A espera só aumentava meu nervosismo. Ele estava em Washington e teve um compromisso antes da entrevista. Então, às 4 horas recebo um bilhetinho pelo Skype pedindo desculpas pelo atraso, pois o compromisso havia se estendido mas que ele estava acelerando para não atrasar tanto.

Finalmente, quando estou sentada em frente ao me micro aguardando que ele chegue e diga que podemos começar, toca o telefone do Skype: era ele, já iniciando o vídeo! Eu havia repassado as perguntas zilhões de vezes mas diante do inesperado, o nervosismo se instalou a tal ponto que esqueci de ligar minha câmera...

Muitas das perguntas que eu havia planejado fazer foram deixadas de lado, pois ele estava visivelmente cansado da correria entre mil compromissos, mas do que pudemos conversar valeu muito a pena. O que mais me marcou desse contato com o homem mais notável e amado da Colômbia foi sua extrema simplicidade, gentileza e cordialidade no trato. Eu não falei com um “ex-presidente” nem um político, mas com um homem inteligente, de raciocínio rápido, sereno e com a simplicidade dos que são realmente grandes, sem arrogância, nem empáfia, nem aquele populismo demagógico que estamos acostumados a ver em quem ocupa ou ocupou cargos de grande relevância.

Apesar de ser fluente no espanhol, aquela situação inusitada me deixou tão nervosa que gaguejei em diversas ocasiões, mas peço aos meus leitores que relevem esse deslize pois o que vale mesmo é o que conversamos. Na verdade, percebo agora que não foi uma entrevista mas uma conversa entre duas pessoas que, embora distantes não apenas fisicamente mas sobretudo em importância e responsabilidades, pensam da mesma forma e lutam pelos mesmos ideais, daí ter sido tão agradável.

No final ele me convidou para o lançamento e noite de autógrafos de seu livro em Bogotá que, para minha tristeza, dificilmente irei...

Quero registrar aqui também o imenso apoio que recebi de duas pessoas muito queridas, que sem as quais esta entrevista jamais poderia ser realizada: meu filho Matheus que me ajudou tecnicamente a gravar a entrevista, inclusive instalando um programa novo para melhorar a qualidade do som e imagem, e meu amigo Alex Brum Machado, proprietário do blog Cavaleiro do Templo que, com uma paciência maior do que de costume, editou e publicou o vídeo desta entrevista. As perguntas que não foram feitas ao ex-presidente Uribe não se perderam pois serão feitas em outra entrevista já programada com o Coronel do Exército Colombiano Luis Alberto Villamarín Pulido, meu amigo pessoal e de quem sou tradutora oficial no Brasil.

Desfrutem, pois. Fiquem com Deus e até a próxima!

 

Comentários: G. Salgueiro

5 comentários:

Marcos Toledo disse...

Parabéns pela bela entrevista, Graça. Compartilhado...

Anônimo disse...

Muito legal, parabéns!

Euclides disse...

Cara Graça,

Fico feliz por você, que teve a honra de conversar com esse grande homem. Parabéns, Graça! Eu não posso fazer isso mas, através de você, estendo meus cumprimentos a Don Álvaro Uribe, pela coragem com que enfrentou e enfrenta os terroristas na Colômbia e, por consequência, aqui também. Que Deus, nosso Senhor, o proteja e o livre de todo o mal, e também a você, que tanto tem feito para nos manter informados sobre o que ocorre ao nosso redor e ninguém tem coragem sequer de comentar.

Abração!

G. Salgueiro disse...

Euclides, meu querido amigo,

Muito obrigada, de coração!
Considero essa entrevista como um troféu, um presente pelos 10 anos do Notalatina, completados no último 9 de setembro.
Oxalá todos os leitores do blog tivessem essa sua compreensão...
Que Deus nos abençoe e guarde a todos!
Abração!
MG

Bruno disse...

Alvaro Uribe é um dos maiores estadistas da atualidade; sem dúvida alguma um herói transnacional, salvador de sua pátria. Tem muito a nos ensinar aqui no Brasil.
Parabéns Graça. Belo trabalho.